quinta-feira, 20 de março de 2014

Apresentação/Descripción del Congresso


A 200 anos da morte de Johann Gottlieb Fichte (1762-1814), a ALEF (Associação Latino-americana de Estudos sobre Fichte), junto com a Internationale Fichte Gesellschaft e o Grupo de Pesquisa Idealismo Alemão (UFG), e contando com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFMG, dedica um encontro internacional de pesquisa com o intuito de divulgar e discutir a obra de Fichte a partir de algumas das questões importantes que caracterizaram sua atividade filosófica e a recepção de sua filosofia nos últimos dois séculos. Mais especificamente, o encontro será pautado pelos seguintes temas: a natureza da liberdade, a relação entre vida e filosofia, a importância da educação para realização da liberdade, a atualidade do pensamento de Fichte.

Fichte entendeu a própria filosofia como “uma análise do conceito de liberdade”, pois não apenas a filosofia, como doutrina da ciência, revela - a partir da estrutura transcendental da subjetividade - que a liberdade é o fundamento de todo pensar e de todo agir, mas também, compreendendo a liberdade enquanto princípio, a filosofia mesma é capaz de pensar as condições concretas de realização dessa liberdade. Resolver empreender aquela série de operações necessárias para pensar a si mesmo enquanto pensante, que é o ponto de partida da doutrina de ciência, já é uma escolha autônoma, que responde a uma solicitação, a um convite feito pelo filósofo. Trata-se de um caminho que exige atenção e capacidade de abstração, afastando-nos do modo comum de pensar. Mas o pensamento filosófico, que é atividade livre, nunca é atividade que tem um fim em si mesma. Pelo contrário, a filosofia volta-se à vida orientando-a e melhorando-a. Neste contexto a reflexão de Fichte sobre a função pedagógica e existencial da filosofia, bem como sobre o próprio papel do filósofo, adquirem importância fundamental: por um lado o filosofo não é um intelectual solitário, mas tem uma função política como educador da classe dirigente, sendo ao mesmo tempo capaz, por meio da filosofia, de solicitar o povo a reivindicar seus direitos fundamentais; por outro lado, a função educativa da filosofia fichtiana parece também oferecer ao indivíduo modelos para a compreensão da  própria natureza humana em sua atuação no mundo.